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O Ventor observa o Passado

caminhando pela História

O Ventor observa o Passado

caminhando pela História

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O Crack des Chevaliers, na Síria, que já enfrentou tudo, até o Dayesh. Foi também conhecido como a Fortaleza dos Curdos (os primeiros a constuílo) e só no século XIX, passou a ser conhecido como Fortaleza dos Cavaleiros



O Ventor saiu das trevas ... para caminhar entre as estrelas. Ele sonha, caminhando, que as estrelas ainda brilham no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continua a ser belo. Ele vai ao encontro do Sol, tal como o vexilóide de Alexandre o Magno


? Bem, depois ... vamos caminhando!


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25.06.03

Alexandre e a Rababa


Ventor e Quico

O Ventor tem muitas histórias para mim e, desta vez, resolveu falar-me de uns "instrumentos de música".

Disse-me que, o seu grande amigo, Alexandre Magno, já era um admirador destes instrumentos que foi encontrando à medida que caminhava nos desertos das suas invasões.

 Pilares da Civilização Helénica, carregada por Alexandre Magno e a sua gente até à Índia

Alexandre era um sonhador, cheio de boa fé e de vontade de melhorar o mundo do seu tempo. Ele chegou a enfrentar os persas sempre convencido que só um milagre permitiria que ele não cairia nas suas mãos. Sendo afoito e destemido, enfrentou-os na velha Grécia e, não satisfeito, avançou sobre a Ásia Menor e foi esmaga-los na sua própria terra. Os poderosos reis persas, gostavam de colocar o pezinho na Europa mas os nossos amigos gregos não lhes deram quaisquer hipóteses.

Também com o Ventor montado no seu cavalo branco alado, o seu Antar, sempre ao lado de Alexandre e a dar-lhe força, mal seria que os persas levassem a melhor!

Alexandre,  após a batalha de Isso. A família de Dario frente a Alexandre Magno

Mas as guerras, não são só feitas de pancadaria e mortes. Tudo que a humanidade transporta em si, seja um lindo sorriso aberto, sejam as suas tristezas ou as suas alegrias, o seu instinto maléfico ou amor para partilhar, nas invasões de Alexandre ao império persa, tudo aconteceu. E, quando Alexandre derivou para o Egipto onde foi aclamado como um grande Faraó, ele conheceu a rababa, um instrumento de música e de que vos vou falar como o Ventor me falou e foi assim:

«como todos sabem, o meu amigo Alexandre, andou pela Pérsia e pelo Egipto. No Oásis e santuário faraónico de Siuwa, foi aclamado como Faraó do Egipto. A caminho de Siuwa, encontrou uns nómadas beduínos e, na mão de um deles, viu um instrumento de música a que chamavam rababa.

Alexandre gostou do som e pagou uma quinhenta de cobre ao Beduíno para lho tocar enquanto ele descansava o seu espírito a pensar como resolver, a contendo de todos, os problemas do império já conquistado e no que haveria ainda para além das dunas que já encontrara.

O Beduino tocou até Alexandre adormecer, depois, pé ante pé, levantou-se e ia tratar do seu próprio descanso, pois passara uma tarde inteira a tocar para o "novo Faraó" e também estava com sono. Alexandre, sorrateiramente diz:"onde pensas que vais? Ainda não estou cansado de te ouvir, estou apenas com os olhos fechados"! O Beduíno, atrapalhado, pediu-lhe para o deixar descansar e já lhe dava a rababa e tudo!

Alexandre reparou nas olheiras do beduíno e não via nenhum sinal de cansaço. Pergunta para os deuses porque raio tiveram de fazer aquela gente diferente pois, assim, não conseguia ver se estavam a mentir. Depois pensou que se fosse um macedónio não se deixava enganar mas, como era um Beduíno e não dava para ver as olheiras devido à sua pele escura, achou que seria injusto se o homem estava a falar verdade. Por isso, fez-lhe uma proposta quando viu o braço estendido do Beduíno a entregar-lhe a rababa. "Está bem, fico com ela, mas tenho de ficar contigo também! Pago-te bem para tocares para mim e acompanhares-me para onde eu fôr". O Beduíno disse-lhe: "sim, senhor, mas agora só quero dormir".

Alexandre adormeceu e o beduíno ficou, deitado no chão, encostado à tarimba de Alexandre e agarrado à sua rababa. No dia seguinte, quando Alexandre acordou, reparou no instrumento e comprou-o ao beduíno por 10 talentos de ouro. Levou a rababa e deixou o Beduíno acompanhar a sua família e o seu Clã, na amanha das suas cabras e dos seus camelos.

O Ventor e Alexandre encontraram-se no caminho do Santuário de Siuwa e foi aí que Alexandre lhe contou esta história entre si, o beduíno e a rababa. Depois Alexandre rematou:

"Ventor, ele arranja outra e eu não estraguei o seu grupo, deixei-o partir"!

 Um Rababa magrebina. This file is licensed under the Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported license

Attribution: Tropenmuseum, part of the National Museum of World Cultures

O Ventor disse a Alexandre (que pensava ser a rababa um instrumento único) que iria encontrar muitas rababas pelos caminhos que iria seguir e assim foi! Ao chegar a terras de Babilónia, encontrou outros instrumentos iguais. Ainda hoje não se sabe se a Rababa é de origem Egípcia ou Persa. O Ventor diz que a encontrou sempre por todo o velho mundo e, até Nabopolassar, pelas margens do Eufrates, adormecia com o seu som.

Sabe-se sim, que ela foi o ser caminhante que tem trilhado as dunas dos desérticos arábicos e africanos, todo o Sael e continua caminhando por todas as terras pisadas pelas gentes do islão e, como eles, foi saltitando de ilha em ilha, pelo Índico e pelo Pacífico e, até o Louco da Malásia, gostava de ouvir os seus acordes.

A rababa no Afeganistão de hoje

A Rababa é parente da Rabeca europeia medieval, podendo ser mesmo a sua progenitora! É constituída por uma, duas ou três cordas. São feitas de madeira e tem uma barriga de madeira ou de pele de carneiro e podem ser rectangulares, trapezoidais ou redondas e é um belíssimo instrumento musical usado pelos beduínos e pelos povos árabes, fundamentalmente, os egípcios e os marroquinos.

As músicas arábico-andaluzes foram introduzidas por Abu Hassan Ali Bem Nafi, conhecido como Ziriab. Este famoso cantor e compositor imigrou de Bagdad para a Espanha mourisca no séc. IX. Foi ele o fundador da música clássica marroquina, música essencialmente andaluz, entre os séc. X e XV.

Mas diz o Ventor que era uma alegria ver Alexandre e toda a comitiva de macedónios e demais gregos ao lado dos persas conquistados, cantarem e dançarem ao som da rababa, à sombra, junto dos muros tristes do grande palácio de Nabuco e debaixo de chorões que muitas vezes fizeram sombra nas sestas do Ventor e Diana. Foram rababas marroquinas, séculos depois, iguais às que o Ventor e Alexandre viram por terras babilónicas e persas, as mesmas que deram vidas alegres nos palácios e nos átrios da velha Andaluzia, mesmo no tempo em que Cid, El Campeador, se refugiara nas terras, então, mouriscas.


Caminhadas do Ventor, por Trilhos de Sonhos e de Ralidades, cujas histórias contou ao Quico e o Quico contou-as, para vós, brincando. Foi sob o Tecto do seu amigo Apolo que aprendeu a conhecer os seus amigos, ... como o deus nórdico Freyr e o seu javali Gullinbursti, entre outos

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