Observando o Passado - as caminhadas do Ventor pelos trilhos dos milénios
No cabeçalho, o Taj Mahal, Amor de Pedra Feito, observado do rio Iamuna, o segundo rio sagrado dos indianos, considerado, desde 2018, um rio sem oxigénio, superpoluido.
Nem o crack dos cavaleiros, na Síria, resiste à malvadez de animais que se dizem homens
Tudo começou aqui, em Adrão, na serra de Soajo. No dia 06 de Janeio de 1946, dia de inverno, aquecido pelos raios do meu amigo Apolo, o mundo recebia de braços abertos a chegada dum puto que veio a fazer as suas caminhadas pelos trilhos que o Senhor da Esfera lhe estendeu neste Planeta Azul.
O tecto da Gruta de Altamira, onde mãos de milénios nos deixaram em pinturas estas belas mensagens visuais.
O Ventor saiu das trevas ... para caminhar entre as estrelas.
Ele sonha, caminhando, que as estrelas continuam a brilhar no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continua a ser belo e a fazer pinturas.
Caminhando entre os nossos amigos incas, em sonhos.
Há muitos anos atrás, o Ventor contou ao Quico e hoje contou-me a mim, o vosso amigo Pilantras, um sonho lindo, cuja acção foi fazer uma caminhada entre os seus amigo incas.
O Ventor teve alguns azares na vida. Um deles foi, em 1967, poder ir fazer uma viagem à Suíça mas, azar dos azares, a Força Aérea não o pode deixar sair por causa de umas manobras da NATO, em que o Ventor teria de ir uns dias para a Base Aérea do Montijo, onde iria acompanhar uma certa luta anti-submarina, com meios aéreos, etç. etç.
Um tipo, no Montijo, tinha adoecido e o Ventor iria lá fazer falta. No entanto, o Ventor acabou por não ser necessário no Montijo e manteve-se na sua Direcção, a Direcção dos Serviços de Telecomunicações e Tráfego Aéreo.
Depois, quem levaria o Ventor até à Suiça já caminhava pela França e essa viagem de sonho, acabou por não se realizar.
Então, o Ventor começou a ler coisas sobre as montanhas da terra do nosso amigo Guilherme Tell e, na leva, não tinha meio de parar e acabou por livros, revistas e mapas, ir parar a uma dessas últimas maravilhas modernas do nosso mundo, caminhando pelos célebres "canejos" de Machu Picchu, rodeados por outras montanhas célebres a que os homens chamam Andes.
Não contente com a caminhada pelo papel, o Ventor, uma certa noite, foi parar a um Hotel na bela cidade de Lima, com um copinho desses na mão, o célebre Pisco Sour, dos seus amigos incas mais modernos.
Encontro com os tão falados Pisco Sour, junto á Praça d'Armas. Foto tirada da Wikipédia de autoria do fotógrafo Manuel González Olaechea y Franco, sob a licença "This file is licensed under the Creative CommonsAttribution-Share Alike 3.0 Unported license".
O Ventor, da janela do Hotel, observava as torres da bela Catedral de Lima, a capital do Peru e, observando tudo, só pensava chegar a Cusco. Chegado a Cusco, instalou-se num hotel de cuja janela, com o Pisco Sour na mão, espreitava e observava os cumes ainda brancos dos Andes, ainda nevados. Dali, viu sumir a tarde observando as belas paisagens naturais lá longe e viu cair a noite, resolvendo sair e dar uma vista de olhos pelos tascos dos bairros de Cusco. Nada de discotecas e pubs, apenas caminhando para desentorpecer as pernas e beber mais uns piscos-sours, tal como bebia os eduardinhos nos Restauradores, em Lisboa.
A catedral do Peru, na cidade de Lima, em 1860, uma foto tirada da Wikipédia
Regressado ao hotel, sentado numa cadeira e de roteiros e mapas estendidos sobre uma mesa, observava algumas imagens de monumentos com algum interesse histórico e, por fim, já noite dentro, terminado o duche, sorveu as últimas gotas do último pisco sour, já um pouco cansado da viagem e das pequenas caminhadas por Cusco, foi-se deitar. Adormeceu e começou logo a sonhar com Atahualpa, o último imperador dos Incas, com Cajamarca e com os espanhóis que não foram nada simpáticos para com ele. Nos seus roteiros existiam fotos de Lima, de Cusco e de Machu Picchu que os seus olhos devoravam para, nos dias seguintes, não ser muito surpreendido.
Machu Picchu Foto tirada da Net
Descobriu que, por ali, o homem andino, os ancestrais incas, souberam viver em harmonia com a Natureza. Por isso, caminhando nos vales andinos, somos surpreendidos por encantos majestosos por onde o homem e a Natureza têm agido através dos séculos.
Hino ao Sol
Hino Inca, no Inti Raymi (Hino Inca, no Festival do Sol, em Cusco
Porém, há muitos factores a considerar, para fazermos uma viagem ao centro do Império Inca. Claro que a viagem do Ventor foi apenas um sonho, um sonho inesquecível! Por isso, acabou por esquecer muitos dos aspectos que estariam presentes na sua viagem se ela fosse real. Estariam presentes a altitude e, eventualmente o "soroche" a tal doença da altitude que ataca muita gente não ambientada a altitudes superiores aos 2.000 metros, caso de Cusco a uma altitude de cerca de 3.400m.
Tudo isso lhe passou à margem! Daí a sua caminhada ser quase permanentemente regada com pisco sour, em vez de chá de coca. No entanto, apesar de tudo, do fim do seu sonho ele estava bem cansado. Não pelos motivos da altitude e do tal "soroche" mas, certamente, pela euforia das suas caminhadas nas visitas atarefadas pelo Templo do Sol, do seu amigo Kontiki e outros testemunhos que os seus amigos incas nos legaram.
Dibujo Pachacútec, rezando ao meu amigo Apolo no Korikancha ( o Templo do Sol)
Talvez os líquidos que fazem falta para lutar contra o "soroche", não se baseiem, apenas, no chá da coca, mas no chá das videiras do pisco!
Caminhadas do Ventor, por Trilhos de Sonhos e de Ralidades, cujas histórias contou ao Quico e o Quico contou-as, para vós, brincando. Foi sob o Tecto do seu amigo Apolo que aprendeu a conhecer os seus amigos, ... como o deus nórdico Freyr e o seu javali Gullinbursti, entre outos