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Observando o Passado

Observando o Passado

Observando o Passado - as caminhadas do Ventor pelos trilhos dos milénios


No cabeçalho, o Taj Mahal, Amor de Pedra Feito, observado do rio Iamuna, o segundo rio sagrado dos indianos, considerado, desde 2018, um rio sem oxigénio, superpoluido.

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Nem o crack dos cavaleiros, na Síria, resiste à malvadez de animais que se dizem homens


Tudo começou aqui, em  Adrão, na serra de Soajo. No dia 06 de Janeio de 1946, dia de inverno, aquecido pelos raios do meu amigo Apolo, o mundo recebia de braços abertos a chegada dum puto que veio a fazer as suas caminhadas pelos trilhos que o Senhor da Esfera lhe estendeu neste Planeta Azul

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O tecto da Gruta de Altamira, onde mãos de milénios nos deixaram em pinturas estas belas mensagens visuais.


O Ventor saiu das trevas ... para caminhar entre as estrelas.

Ele sonha, caminhando, que as estrelas continuam a  brilhar no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continua a ser belo e a fazer pinturas.

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A Primeira Cruzada

A primeira cruzada teve origem num pedido de ajuda do então Imperador de Constantinopla ou do Império Bizantino, de nome Aleixo I Comneno, que enviou uma embaixada ao Concílio de Placência que decorreu de 1 a 5 de Março de 1095 a pedir ajuda ao Papa Urbano II.

O império Bizantino ia lutando em todas as frentes, vencendo e perdendo batalhas nas suas fronteiras e, perdida a cidade de Niceia para os turcos Seljúcidas, o Imperador Aleixo apercebeu-se que só com a ajuda de mercenários enviados do Ocidente, via o Papado, poderia enfrentar os seljúcidas.

 

 
Imperador Aleixo I Comneno
 
O Papa Urbano II, não perdeu tempo e inaugurou um concílio em Clermont onde prometeu indulgência a todos os que fossem levados a lutar contra os infiéis e morressem a libertar a cidade de Jerusalém. Todos os que morressem na luta pela libertação da Terra Santa, teriam um lugar no Reino do Céu. Urbano II foi, então aclamado por toda a multidão presente nesse concílio e, a partir daí, iniciou-se uma mobilização para levar a luta contra todos os pagões e, mais especialmente contra os muçulmanos.
Porém, os judeus foram os primeiros a pagar a factura do paganismo sendo perseguidos até à morte em várias regiões da Europa.
 
Logo após o Concílio de Clermont, multidões de cruzados populares iniciaram a sua partida para Constantinopla dirigidos por Pedro o Eremita e o cavaleiro Gualtério Sem-Haveres, uns meses antes da Cruzada dos nobres, tinham partido para Constantinopla constituindo cerca de 40.000 peregrinos, de onde seguiram, via Anatólia, para conquistar a Terra Santa mas começaram a ser chacinados pelos turcos seljúcidas, logo que atravessaram o Bósforo.
 
 
Os nobres cavaleiros
 
Os nobres franceses e outros, iniciaram os seus preparativos para rumarem à Terra Santa, via Constantinopla. Os seus preparativos terão levado mais tempo do que os cruzados populares pois tudo seria mais planificado para uma estratégia vencedora. 
Assim, Godofredo de Bulhão, partiu acompanhado por um exército da Lorena, pelos seus irmãos, Balduino de Bolonha, Eustâcio III de Bolonha e, por Roberto II da Flandres e os seus flamengos;
Raimundo IV de Tolosa, partiu acompanhado pelos cavaleiros da Provença;
Roberto II da Normandia, irmão do rei da Inglaterra e Estevão de Blois, neto de Guilherme I de Inglaterra, partiram acompanhados por um contingente formado por indivíduos do norte da França;
Hugo I de Vermandois, irmão de Filipe I da França, partiu como o portador do estandarte papal;
Boemundo de Taranto, líder dos normandos do sul da Itália, velho inimigo do império de Bizâncio também partiu rumo a Constantinopla.
 
Foi a chamada cruzada dos nobres, dos cavaleiros ou dos barões que conseguiram organizar forças militares com cerca de 35.000 homens, 5.000 dos quais cavaleiros e demais acompanhantes, num total de cerca de 60.000 homens e mulheres, contando com os cruzados populares. Muitos destes nobres levavam familiares!
 
À chegada a Constantinopla de mais uma trupe de milhares de pessoas, o imperador que já havia encaminhado as cruzadas populares do Pedro o Eremita, para a Anatólia, onde terão sido chacinados pelos turcos seljúcidas, recebe desta vez os comandantes nobres que encabeçavam as cruzadas e faz uma negociata com eles de lhes fornecer alimentos, desde que eles entregassem ao Imperador todas as terras que fossem conquistadas do lado de lá do Bósforo. 
 
 
 Os cruzados lá seguiram, corpo às armas feito e dirigiram-se para Niceia que cercaram
 
Cercada Niceia, que se encontrava em poder dos turcos seljúcidas e deu origem ao pedido de ajuda de Constantinopla ao Papa Urbano II, acabou por cair nas mãos das forças de Constantinopla pois os turcos seljúcidas preferiram negociar com as forças do Imperador do que com os cruzados. Uma bela manhã, os cruzados ergueram a cabeça e o estandarte imperial flutuava ao vento nas torres do castelo de Niceia. Lá seguiram com o fito de atingir os seus objectivos: alcançar Jerusalém e conquistar a cidade para a cristandade!
Mas ia tornar-se difícil atravessar a Anatólia como veremos a seguir.
 

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Caminhadas do Ventor, por Trilhos de Sonhos e de Ralidades, cujas histórias contou ao Quico e o Quico contou-as, para vós, brincando. Foi sob o Tecto do seu amigo Apolo que aprendeu a conhecer os seus amigos, ... como o deus nórdico Freyr e o seu javali Gullinbursti, entre outos

Tempestades Político-Religiosas ...

... como na Primeira Cruzada!

Existia pelas estepes da Ásia Central, uma tribo de nómadas cujo chefe, de nome Seljuque, os orientou por volta de 900, ali pelas zonas onde hoje fica uma ex-república soviética que se chama Uzbequistão, hoje um estado independente.

Alguns desses guerreiros nómadas foram-se deslocando para oeste à procura de melhores territórios.

Cerca de século e meio depois 1070, Alp Arstan, conduziu a tribo até à Arménia onde foi atacada pelo imperador bizantino Romano IV Diógenes, que acabou derrotado pelos Seljúcidas na batalha de Manzikert ou Malazgirt, próximo do lago Van, junto da fronteira com o Irão que, após essa vitória, permaneceram em grande parte do território da Anatólia, hoje Turquia.

Esta batalha terminou com o poder de Bizânco na Ásia Menor e os turcos seljúcidas fundaram um império que foi precursor do império Otomano e em 1078, sob o comando de Xá Malic, conquistaram Jerusalém.

Foi devido à tomada de Jerusalém que a cristandade reagiu e planeou as Cruzadas para voltar a recuperar a Cidade Santa. Um dos erros do turcos Seljúcidas terá sido a destruirão da Igreja do Santo sepulcro.

 
Planta da cidade de Constantinopla
 

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Um trecho reparado das Muralhas de Constantinopla ou Bizâncio

Mas, enquanto as guerras bizantino-árabes prosseguiram entre os séculos VII e XII, a Europa de Bizâncio, de Roma e da Península Ibérica tornaram-se uma caldeirada de lutas político-religiosas que se expandiram para o Médio Oriente, com os ataques das Cruzadas que foram levadas a atravessar a Europa até Bizâncio, Constantinopla, rumo a Jerusalém que passou a ser a chave de todas as guerras e passou a ser conhecida como o Reino dos Céus.

O ataque das Cruzadas, deveu-se a um pedido de ajuda do Imperador de Bizâncio, Aleixo I Comeno, ao Papa de Roma, na guerra contra os Seljúcidas que haviam tomado a cidade de Niceia na parte ocidental da Anatólia.

Foi assim que tudo fez começar a sangrenta luta das Cruzadas!

 
Constantinopla no fim do Período Bizantino
 
As Muralhas de Constantinopla tinham uma extensão de 22 km e eram constituídas por 96 torres com 18 a 20 metros de altura a cerca de 55 metros de intervalos e eram complementadas por um fosso com cerca de 20 metros de largura e 10 metros de profundidade.
 

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Ormuz, no Golfo Pérsico

Ormuz faz parte das palavras sonantes que me avivam a memória!
Já tinha falado por aí de Ormuz, quando da minha caminhada a uma das belezas do nosso mundo, o Taj Mahal - "o Amor de Pedra Feito"; foi o meu velho amigo Gatsby a chamar-lhe assim. Ormuz é uma das tais campainhas que, de vez em quando, ouço alertar o meu cérebro.

 

 
Imagem da Fortaleza de Ormuz
 
Era uma vez (once open an time), em 1507, nos tempos em que os portugueses desbravavam mundos, um homem intrépido, caminhava sobre as ondas do Oceano Índico, em velhas caravelas, junto às encostas de mundos a que não estava habituado. Descobriu então um estreito a que os homens tinham chamado Ormuz - o Estreito de Ormuz.
"A cidade de Ormuz, situava-se numa pequena ilha a que chamavam Gerum, uma ilha estéril, com uma mina de sal e enxofre, sem um ramo ou uma erva verde como nos contou João de Barros, cidade cujos moradores, no tempo de João de Barros, diziam que o mundo era um anel e Ormuz, a sua pedra preciosa".
 
 
Mapa do Estreito de Ormuz
 
O Estreito de Ormuz, é um estreito que faz a ligação entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico. Ormuz tinha uma grande posição estratégica e por ali passavam as riquezas do mundo de então que viajavam desde a Pérsia e seus arredores e da Europa para esses destinos. Todas as mercadorias que viajavam por mar, saídas de Alepo, Bassorá, Arménia e por diante e todas que se dirigiam para esses destinos, passavam por aí, tornando-se Ormuz, uma cidade bastante desenvolvida e abastada para a época.
Afonso de Albuquerque, nas suas escaramuças com árabes e persas, acabou por atacar a cidade de Ormuz e conquista-la, em 1507. Porém não era tarefa fácil mantê-la e, perante a revolta dos Capitães, Afonso de Albuquerque não conseguiu terminar de construir a sua Fortaleza, abandonando Ormuz, onde voltou em 1 de Abril de 1515, já como Governador do Estado da Índia, mandando construir o Forte de Nossa Senhora da Conceição de Ormuz.
 
 
Forte de Nossa Senhora da Conceição de Ormuz
 
Por ali os portugueses se mantiveram até ao ano de 1622, dia 3 de Maio.
Debaixo da coroa dos Filipes, Portugal teve de lutar contra o Mundo! Os inimigos de Espanha, passaram a ser inimigos de Portugal. Os nossos inimigos que haviam sido mantidos e controlados à distância, os turcos e todos os seus aliados, eram inimigos da Europa e dos interesses europeus por esse mundo fora. Toda a sua ganância foi quase triturada em Lepanto, no mar Mediterrâneo, na maior batalha naval até aos tempos filipinos. Portugal, sendo um reino subordinado ao trono espanhol, tentou manter as suas possessões do Oriente, contra os inimigos da Espanha. Holandeses, Ingleses, Persas e toda a influência dos turcos otomanos.
 
Em Fevereiro de 1622, os Persas aliaram-se aos ingleses para conquistar Ormuz aos portugueses. Após a queda do forte de Queixome, uma força naval persa, com 3.000 homens e com a ajuda de 6 navios ingleses, colocaram cerco a Ormuz. Os persas tentaram negociar com os portugueses, oferecendo-lhes outra ilha maior e um porto nas costa da arábia, Julfar, que havia sido conquistado aos portugueses por uma força composta por árabes e persas em troca de Ormuz e mais 500.000 patacas. Os portugueses não aceitaram e, em 3 de Maio de 1622, Ormuz passou para as mãos dos persas.
A guarnição e a população portuguesa de Ormuz, seriam cerca de 2.000 pessoas que, após a perda da ilha, foram enviados para Mascate, hoje a maior cidade e a capital do Sultanato de Omã.
 
Actualmente, passa pelo estreito de Ormuz, mais de um terço do petróleo mundial.
 
 
Forte de Queixome, na ilha do mesmo nome, junto à costa do Irão
 
Esta fortificação foi construída para dar suporte às transacções comerciais na área e ao Forte de Nossa Senhora de Conceição de Ormuz.
Uma vez que Portugal tinha ficado sob o domínio espanhol, na dinastia dos Filipes, a Inglaterra, então inimiga de Espanha, deixou de reconhecer a Aliança Luso-Britânica de 1373 e passou a reconhecer Portugal, devido a isso, como inimigo. Foi assim, que Portugal teve de lutar contra o mundo! Revoltou-se contra a Espanha e, por isso, foi reconhecido e ajudado pelos inimigos de Espanha até à vitória final. A aliança inglesa, voltou a ser renegociada em 1642 e mais tarde em 1661 com o casamento de Carlos II, com a Princesa Portuguesa, Catarina de Bragança.
 

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