Ormuz faz parte das palavras sonantes que me avivam a memória!
Já tinha falado por aí de Ormuz, quando da minha caminhada a uma das belezas do nosso mundo, o Taj Mahal - "
o Amor de Pedra Feito"; foi o meu velho amigo Gatsby a chamar-lhe assim. Ormuz é uma das tais campainhas que, de vez em quando, ouço alertar o meu cérebro.
Imagem da Fortaleza de Ormuz
Era uma vez (once open an time), em 1507, nos tempos em que os portugueses desbravavam mundos, um homem intrépido, caminhava sobre as ondas do Oceano Índico, em velhas caravelas, junto às encostas de mundos a que não estava habituado. Descobriu então um estreito a que os homens tinham chamado Ormuz - o Estreito de Ormuz.
"A cidade de Ormuz, situava-se numa pequena ilha a que chamavam Gerum, uma ilha estéril, com uma mina de sal e enxofre, sem um ramo ou uma erva verde como nos contou João de Barros, cidade cujos moradores, no tempo de João de Barros, diziam que o mundo era um anel e Ormuz, a sua pedra preciosa".
Mapa do Estreito de Ormuz
O Estreito de Ormuz, é um estreito que faz a ligação entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico. Ormuz tinha uma grande posição estratégica e por ali passavam as riquezas do mundo de então que viajavam desde a Pérsia e seus arredores e da Europa para esses destinos. Todas as mercadorias que viajavam por mar, saídas de Alepo, Bassorá, Arménia e por diante e todas que se dirigiam para esses destinos, passavam por aí, tornando-se Ormuz, uma cidade bastante desenvolvida e abastada para a época.
Afonso de Albuquerque, nas suas escaramuças com árabes e persas, acabou por atacar a cidade de Ormuz e conquista-la, em 1507. Porém não era tarefa fácil mantê-la e, perante a revolta dos Capitães, Afonso de Albuquerque não conseguiu terminar de construir a sua Fortaleza, abandonando Ormuz, onde voltou em 1 de Abril de 1515, já como Governador do Estado da Índia, mandando construir o Forte de Nossa Senhora da Conceição de Ormuz.
Forte de Nossa Senhora da Conceição de Ormuz
Por ali os portugueses se mantiveram até ao ano de 1622, dia 3 de Maio.
Debaixo da coroa dos Filipes, Portugal teve de lutar contra o Mundo! Os inimigos de Espanha, passaram a ser inimigos de Portugal. Os nossos inimigos que haviam sido mantidos e controlados à distância, os turcos e todos os seus aliados, eram inimigos da Europa e dos interesses europeus por esse mundo fora. Toda a sua ganância foi quase triturada em Lepanto, no mar Mediterrâneo, na maior batalha naval até aos tempos filipinos. Portugal, sendo um reino subordinado ao trono espanhol, tentou manter as suas possessões do Oriente, contra os inimigos da Espanha. Holandeses, Ingleses, Persas e toda a influência dos turcos otomanos.
Em Fevereiro de 1622, os Persas aliaram-se aos ingleses para conquistar Ormuz aos portugueses. Após a queda do forte de Queixome, uma força naval persa, com 3.000 homens e com a ajuda de 6 navios ingleses, colocaram cerco a Ormuz. Os persas tentaram negociar com os portugueses, oferecendo-lhes outra ilha maior e um porto nas costa da arábia, Julfar, que havia sido conquistado aos portugueses por uma força composta por árabes e persas em troca de Ormuz e mais 500.000 patacas. Os portugueses não aceitaram e, em 3 de Maio de 1622, Ormuz passou para as mãos dos persas.
A guarnição e a população portuguesa de Ormuz, seriam cerca de 2.000 pessoas que, após a perda da ilha, foram enviados para Mascate, hoje a maior cidade e a capital do Sultanato de Omã.
Actualmente, passa pelo estreito de Ormuz, mais de um terço do petróleo mundial.
Forte de Queixome, na ilha do mesmo nome, junto à costa do Irão
Esta fortificação foi construída para dar suporte às transacções comerciais na área e ao Forte de Nossa Senhora de Conceição de Ormuz.
Uma vez que Portugal tinha ficado sob o domínio espanhol, na dinastia dos Filipes, a Inglaterra, então inimiga de Espanha, deixou de reconhecer a Aliança Luso-Britânica de 1373 e passou a reconhecer Portugal, devido a isso, como inimigo. Foi assim, que Portugal teve de lutar contra o mundo! Revoltou-se contra a Espanha e, por isso, foi reconhecido e ajudado pelos inimigos de Espanha até à vitória final. A aliança inglesa, voltou a ser renegociada em 1642 e mais tarde em 1661 com o casamento de Carlos II, com a Princesa Portuguesa,
Catarina de Bragança.