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Observando o Passado

Observando o Passado

Observando o Passado - as caminhadas do Ventor pelos trilhos dos milénios


No cabeçalho, o Taj Mahal, Amor de Pedra Feito, observado do rio Iamuna, o segundo rio sagrado dos indianos, considerado, desde 2018, um rio sem oxigénio, superpoluido.

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Nem o crack dos cavaleiros, na Síria, resiste à malvadez de animais que se dizem homens


Tudo começou aqui, em  Adrão, na serra de Soajo. No dia 06 de Janeio de 1946, dia de inverno, aquecido pelos raios do meu amigo Apolo, o mundo recebia de braços abertos a chegada dum puto que veio a fazer as suas caminhadas pelos trilhos que o Senhor da Esfera lhe estendeu neste Planeta Azul

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O tecto da Gruta de Altamira, onde mãos de milénios nos deixaram em pinturas estas belas mensagens visuais.


O Ventor saiu das trevas ... para caminhar entre as estrelas.

Ele sonha, caminhando, que as estrelas continuam a  brilhar no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continua a ser belo e a fazer pinturas.

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Akhenaton, Aton e Aketaton

Akhenaton, foi o 10º Faraó da XVIII Dinastia, egípcia e governou por cerca de 18 anos.

Conta-nos a História que foi Akhenaton que instituiu o monoteísmo (Moisés, com Jeová ou Javé, aparece cerca de 100 anos depois) e o Ventor falou-me desta façanha do Faraó Akhenaton, mas antes, digo-vos porque o Ventor me conta, também, certas coisas sobre o Egipto Antigo e o Egipto Moderno.

Entre Mênfis e Tebas, foi mandada construir por Akhenaton, a bela cidade de Akhetaton, que albergava o grande Templo de Aton de tectos abertos para que os seus raios o iluminassem

O Ventor conta-me tudo que, depois, eu coloco nas suas "Caminhadas de Sonhos" do  seu passado, mas também me conta do presente. Quando o Ventor regressou de Moçambique, em 1970, conheceu duas pessoas, ainda da família de sua mãe, uma prima chamada Rosa Martins (filha do ti Joaquim Martins, um tio avô do Ventor) e o marido que gostavam de fazer uns cruzeiros pelo mar Mediterrâneo e entre eles, pelo Nilo do Egipto. Foram eles que, enquanto pessoas activas nas caminhadas turísticas da época, lhe falavam das belezas do Mediterrâneo, do Egipto e especialmente, do Nilo e das suas cidades históricas situadas nas suas margens, como Alexandria no Delta, Mênfis, Karnak, Tell el-Amarna, Tebas, Abu Simbel, Assuão (tinha a barragem de Assuão acabado de ser construída), quatro meses depois de o Ventor ter chegado de Moçambique e que desde 1962, o Ventor acompanhou através de revistas, jornais e televisão, a preocupação da Unesco em salvar os 14 (?) monumentos do Vale dos Reis.

Desde meados de 70 a 74 (cerca de quatro anos), o Ventor devorou tudo que era História Antiga para, ter no seu disco rígido, arquivos suficientes para falar com as pessoas, a mesma linguagem das alegrias das suas visitas, pelos portos italianos do Mar Mediterrâneo, do mar Egeu, das costas turcas (como Antália) e da grande auto-estrada do Egipto, o rio Nilo. Foi nessa época, e posteriormente, que o Ventor começou a ouvir relatadas por terceiros, extra-livros, as grandes façanhas egípcias, gregas, italianas, turcas, ... Nessa altura, o complemento do trabalho do Ventor, era virar bibliotecas inteiras, especialmente, o Centro Cultural Americano. A História Universal do Liceu, era pouco e tinha de ir mais além, como dizem os algarvios. E, então, prosseguiu:

«Nesses tempos, Quico, andava eu a caminhar nas margens do Nilo e encontrei um indivíduo dormindo à sombra de uma palmeira. Ia tocar na sandália dele, com a minha, para o acordar mas ele dormia tão bem que prendi o Antar num arbusto, ao lado da palmeira e sentei-me numa pedra junto desse homem que dormia. A seu lado, ele tinha uma cestinha com tâmaras e eu, com fome e sede, pensei tirar uma, mas desisti. Achei que seria melhor esperar que fosse ele a oferecer-ma.

De repete, o homem começou a sonhar e a debater-se com um pesadelo. Acordou, levantou-se e ficou a olhar o seu Aton (o nosso amigo Apolo), a espreitá-lo por entre a ramagem da palmeira. A luz era tão intensa que ele fechou os olhos. Levantou-se e dirigiu-se para junto das águas do Nilo que, naquele sítio, se mostrava muito sereno. O homem ficou a observar a água e, daquele espelho liso, apresentavam-se, brilhando, os raios luminosos de Aton (o nosso Apolo) e o homem não mais retirava os olhos do rio. O Ventor pensou que ele estaria a observar um crocodilo, levantou-se, aproximou-se da água e, o tal homem, ficou com o Ventor junto aos raios de Apolo, também espelhado na água serena do rio.

Era Aton, cujos templos não eram cobertos por tectos, que iluminava, dentro e fora dos seus templos, todos aqueles que o adoravam, como Deus supremo, no território egípcio

O homem assustou-se e, de repente, levantou-se e ficou de pé, muito sério, frente a frente com o Ventor.

O Ventor perguntou-lhe  se estava bem e que estava ele a ver na água. O homem rodou a cabeça, observou o Antar e o arco do Ventor encostado à palmeira, apercebendo-se que, da parte do Ventor, não haveria qualquer perigo.

De repente, passou sobre nós um falcão e, aquele homem, franziu o sobrolho, olhou o céu azul e disse: "gosto muito de ti como um animal, companheiro das caminhadas de todos os egípcios e de todos os homens do nosso Planeta Azul e não te vou cortar as asas mas, pelo menos, enquanto eu for vivo, não partilharás mais os espaços dos nossos Templos. Apenas Aton, terá a sua presença!

O Ventor ouviu o tal homem e este, voltando-se para o Ventor, disse: "e você, vem de onde? Anda à caça? Estou a ver o seu cavalo preso nos arbustos e o seu arco encostado ao caule da palmeira onde eu dormia. Pertence às gentes dos mares? Como chegou aqui"? O Ventor respondeu-lhe: "cheguei aqui montado no Antar, o meu cavalo e venho desde as nascentes do Nilo, sempre acompanhando o rio. Encontrei-o a dormir e resolvi esperar que acordasse. O Nilo aqui é sereno e a frescura da palmeira é amena. Quase peguei uma das suas tâmaras mas fiquei à espera que acordasse. Conte-me o que se passou com a água do Nilo"?

 

O Arco do Ventor era poderoso porque lhe foi oferecido pelo seu amigo Apolo e por isso, saía vitorioso, nas guerras como nas caçadas ao lado de Diana, artemisa ou, ...

"Sente-se aqui comigo" - disse o homem - "vá pegando em tâmaras e comendo"! E prosseguiu:

"Tive um sonho e acordei espavorido! Aton mandou-me dirigir à água do Nilo e mal lá cheguei, ele espelhou os seus raios de uma maneira diferente e pediu-me para lhe fazer um Templo, sempre sorrindo! Pediu-me também para contar a minha história ao Ventor, mas eu desconheço o Ventor e nem sei como procurá-lo"!

O Ventor sorriu e disse-lhe: «o Ventor sou eu! Já me está a contar a história do seu sonho»!

O homem prostrou-se junto à palmeira, levantou os braços, olhou o disco solar e disse: "louvado seja Aton"! Levantou-se, virou-se para o Ventor e disse: "eu sou Akhenaton, Faraó do Egipto"!

De repente, correndo de norte para sul, junto às águas do Nilo, apareceu uma mulher formosa espantada com o que tinha visto para trás. Akhenaton, virou-se para o Ventor e disse, que aquela mulher era Nefritite, sua esposa.

A mulher gritava que o falcão tinha feito vários voos sobre ela, em circo e que lhe dissera que Akhenaton estava a perder o juízo porque não o queria mais nos templos egípcios. Depois, virou-se para o Ventor, observou-o e, rodando a cabeça sobre aquele pescoço esbelto para Akhenaton, perguntou: "quem é este homem, Akhenaton"?

Akhenaton, explicou tudo a Nefritite. O seu sonho, o reflexo de Aton nas águas do Nilo, a presença do Ventor no meio dos seus raios e disse: "estava a pensar pedir ajuda ao Ventor para impor aos egípcios, uma religião monoteista onde apenas Aton permaneça em todos os Templos egípcios. Aton é o único Deus. Ele dá-nos tudo! A luz, as belezas verdes com que alimenta todos os animais e nós, a água que nos mata a sede, o saber, ... tudo!

Nefritite, tal como os guardas de Akhenaton, ficou surpreendida por encontrar o Ventor conversando com o Faraó mas, a sua beleza e simpatia irradiava a luz que Aton lhe transmitia 

Nefritite, estendeu um braço com uma cestinha que tinha junto da cesta de tâmaras com uns bolinhos feitos com farinha do belo trigo egípcio regado com as águas do Nilo e disse: "coma, Ventor"!

O Ventor comeu um desses bolinhos, serviu um ao Antar e Nefritite arrumou as coisas que o Ventor ajudou a transportar, cabendo-lhe a cestinha de tâmaras. Por trás de um morro de arbustos e algumas palmeiras, estavam os homens que guardavam o Faraó que ficaram admirados com a presença do Ventor que chegara com o cavalo, junto do Faraó, sem eles se aperceberem. O Faraó estava tão absorto com o sonho sobre Aton que nem se apercebera da ineficácia dos seus guardas. O Faraó e Nefritite chegaram junto de uma tenda de peles de camelo e ... Akhenaton, olhou em redor, voltou a observar Aton brilhando, curvou-se agradecendo-lhe por aquele dia e já Aton começava a descer sobre as dunas que estavam para lá da margem ocidental do Nilo. Voltou-se para o Ventor e disse:

"Ventor, Aton disse-me, no meu sonho que era aqui que devia mandar construir a sua cidade e o seu Templo. Vai chamar-se Akhetaton(o Horizonte de Aton).

 A família do Faraó louva o Deus Sol - Aton

Depois, mandou traçar no chão uns riscos com uma orientação este-oeste, o sentido da caminhada de Aton (ou nosso amigo Apolo). Após a instituição do culto a Aton, Akhenaton, mandou destruir os templos de outros deuses (uns quantos, diz o Ventor), retirou a capital de Tebas (onde era adorado Amon) para Akhetaton onde passou a ser adorado Aton, ficando Akhenaton como Faraó e sumo-sacerdote de todo o Egipto.

Disse-me o Ventor que esse sonho de Akhenaton, orientado por Aton, teve origem em curto-circuitos cerebrais, originados por discórdias e lutas intestinas pelo poder, pois quem dominava, de facto, eram os sacerdotes, senhores dos Templos, especialmente em Tebas, com o deus Amon.

Por isso, a cidade de Akhetaton, foi construída a mando de Aton, devido a um sonho. Mais tarde e bem mais perto do nosso tempo, os árabes, passaram a chamar a essa cidade - Tell el-Amarna. Tal como a conhecemos hoje.

O resto, eu acho que já vocês sabem.

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Caminhadas do Ventor, por Trilhos de Sonhos e de Ralidades, cujas histórias contou ao Quico e o Quico contou-as, para vós, brincando. Foi sob o Tecto do seu amigo Apolo que aprendeu a conhecer os seus amigos, ... como o deus nórdico Freyr e o seu javali Gullinbursti, entre outos

Os Meninos do Nilo

Voltei a caminhar pelo baú do Quico e daí, pelo Nordeste da África. Mais uma das muitas "coisas" que contava ao meu Quico. Desta vez, sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Nilo. Apenas um cheirinho!

A Bacia do Nilo é, certamente, uma das maiores bacias hidrográficas do mundo que atinge cerca de 3.400.000 km2 (três milhões e quatrocentos mil). As suas águas escorrem desde a zona dos Grandes Lagos africanos e brotam de vários países, desde o sul da linha do Equador, encontrando-se as suas primeiras nascentes no território do Burundi, da Tanzânia, Congo, Kenia, Uganda, Ruanda, Sudão, Etiópia e, claro, todo o território do Egipto de Sul para Norte e, desde a sua primeira nascente até à foz, faz uma grande caminhada de mais de 6.880 km.

Mapa da Bacia hidrográfica do Nilo - foto da wikipédia

O rio Nilo era considerado o maior rio do Mundo, até geógrafos mais modernos conseguirem medir o cumprimento do rio Amazonas que, com pouco mais de 100 metros, passou a ocupar o 1º lugar.

Mas o rio Nilo, antes de ser verdadeiramente Nilo, começa por ter vários nomes famosos que o vão alimentando e se vão juntando pelo caminho. As águas que saem dos Grandes Lagos, com início no Lago Vitória, Lago Eduardo e Lago Alberto vão formar o Bar el Jabel. Porém, o lago Vitória é alimentado pelo rio Kagera e, por isso, a nascente do rio Kagera, é considerada, pelos especialistas, a nascente do rio Nilo. À esquerda do Bar el Jabel, com origem no Congo sai o Sudd e à esquerda do Sudd, temos o Bar-el Arab que vem da República Central Africana e vão se juntar num troço maior a que deram o nome de Nilo Branco (White Nile). À direita do Nilo Branco, temos o Nilo Azul (Blue Nile) que vem do Lago Tana, na Etiópia e se encontra com o Nilo Branco em território do Sudão, mais precisamente na sua capital, Kartum (alguém se lembra de Kartum, do General Gordon, do Major Kitchener, ...?). Mais à direita, temos o rio Arbara que também nasce na Etiópia e avança ao encontro do Nilo, mais a norte de Kartum.

O rio Nilo junto a Kartum - foto da wikipédia

A partir deste encontro do Arbara, já todos juntos, avançam enlaçados até ao Meditrrâneo, como um corpo só - o Nilo - que, ao aproximar-se do mar Mediterrâneo, abre os braços de alegria e parece gritar: "olé, olé, olé"! Um rio como o Nilo, depois de correr por troços e se espraiar pelas areias do deserto, por milhares de quilómetros e, como um corpo vivo que é (é ou não?), podemos considerar que sim, vivo e bem vivo, sente necessidade de gritar: "Eureca! Cheguei"! Mas, ao mesmo tempo, sente que, para trás, deixou verduras luxuriantes e o deserto fabuloso a que deu de beber. Por isso, quando olhamos o Delta do Nilo, parece-nos notar que o rio Nilo, mete travões e perde a pressa de entrar no mar azul, passando a cismar com tudo que deixou para trás!

Dá a sensação que ele olha para trás, a tentar rever todas as vidas que alimentou. Milhões de vidas! Macacos, hipopótamos, crocodilos, homens! Milhões de homens e, ... através de milénios! ... Nem queiras saber Quico!

Glorificar o meu amigo Apolo era uma honra para os egípcios - foto da wikipédia

Por tudo isto, o Ventor contou-me coisas sobre este rio e os meninos que beberam da sua água.

Ele falou-me dos muitos meninos que beberam e continuam a beber água do seu rio Nilo, como o Ventor bebeu água no rio de Adrão, desde a sua nascença nos Sorreiros, até à sua entrada no Atlântico. Os meninos do Nilo, beberam e bebem da sua água desde a nascente do rio Kagera até ao seu Delta, onde o Ventor e o Alexandre Magno também beberam.

O Ventor disse-me que o primeiro menino do Nilo, famoso, que as pessoas ouvem falar, foi o Moisés. O Moisés nasceu, como diz a Bíblia, numa altura péssima em que os meninos, filhos do povo de Israel, iriam ser mortos, à nascença, porque os judeus israelitas se reproduziam com mais facilidade que os egípcios. O Ventor, nessa altura, caminhava por outras galácticas e não sabe bem como foi, mas sabe que não foi por o Faraó e as suas gentes pensarem que os israelitas passariam a beber mais água do Nilo que os egípcios. Foi porque todos sempre tiveram a mania de chatear o próximo e, então, o próximo, era o israelita que vivia ao lado, mas dentro do próprio Egipto. As ordens eram para matar e pronto!

Estátuas dos Faraós em Abu Simbel, junto à barragem de Assuão - foto da wikipédia

Por isso, a mãe do Moisés, meteu o seu menino num cestinho e colocou-o à guarda do grande Nilo. O Ventor disse-me que uma mãe, deve ficar maluca com ordens doidas como esta e, se calhar, achou que devia fazer uma "barquinha". Se o Noé conseguiu salvar tanta gente e animais, ela, com aquela míni barquinha, e com a ajuda do Senhor da Esfera (nada como ter esperança), achou que poderia salvar o seu menino!

E salvou! A filha do Faraó, por portas e travessas, fez do Moisés um grande homem do Egipto que chegou a comandar os exércitos egípcios contra os núbios que derrotou e levou como escravos para o Egipto. Os núbios, eram um povo antigo, que viviam, então, mais ou menos, entre o local conhecido por Assuão, no Egipto e Kartum, no Sudão. Por isso, hoje, os núbios, politicamente, fazem parte dos povos egípcios e sudanês.

A múmia de Ramsés II - foto da wikipédia

Mas o rio Nilo teve outros meninos famosos, a começar pelos próprios faraós. Todos eles beberam água desse grande rio e, alguns, até depois de grandes, se calhar, levados pela nostalgia dos seus tempos de criança, os tempos em que dividiam os espaços, no rio, entre eles e os crocodilos, chegaram a construir grandes palácios nas margens do Nilo, tal como em Abu Simbel, em Luxor e outras cidades. Em Abu Simbel, zona que foi núbia, eles, mesmo depois de mortos, queriam lavar os pés no rio! E foram tão importantes que, a Unesco fez tudo para que eles continuassem a lavar os pés, agora, na grande barragem de Assuão que se estende pelo leito do grande rio.

Por isso, o Ventor, diz que as estátuas falam e, falam porque elas são a alma das gentes. Para além das estátuas estavam lá as múmias do Ramsés II e estava preta! Segundo o Ventor, será devido aos lodos do rio que são transportados desde as altas montanhas da África Oriental. Os montes da África Oriental, junto à imaginária linha a que os homens chamaram Equador, são dos mais elevados do Planeta, pelo menos, são os maiores de África, como o Kilimanjaro, o Monte Kénia e as Montanhas da Lua do Ptolomeu (actualmente, monte Ruvensori), todos acima dos 5.000 mts. Em todos estes montes permanecem neves perpétuas e nos seus cumes permanecem, há milhões de anos, os seus glaciares que, tendem a desaparecer (creio que foram reduzidos a menos de um terço, desde os anos 50, do século XX)!

Nefretite, a primeira "Cleópatra" do Egipto - foto d wikipédia

Mas o Ventor falou-me muito dos meninos do Nilo. Nos célebres como o Moisés, os Faraós e, duas "Faraoas", como a Nefretite e a Cleópatra que elas, como outras, também, tal como os meninos, brincaram nas margens do grande rio e beberam da sua água. Mas falou-me também de todos os meninos actuais que, correndo em volta dos rios e riachos que alimentam o grande rio, vêm morrer tudo o que lhes pode garantir a caminhada da sua vida e muitos dos seus irmãos. Eles morrem no Burundi, no Ruanda, no Uganda, na Etiópia, no Sudão (como tem acontecido ultimamente com os meninos do Darfur) e as suas mortes, tanto quanto parece ao Ventor, são apenas choradas pelas Ninfas das Fontes, dos lagos e dos rios. Do alto das grandes montanhas africanas, descendo até ao Nilo, as lágrimas das Ninfas das montanhas, das fontes, dos lagos e dos rios, rodeando Melpônes, a musa da Tragédia, continuam a ajudar a alimentar o Nilo, enquanto os meninos continuam a morrer aos milhares (milhões?), sem que haja alguém, na política mundial, que se junte às Ninfas, pelo menos, chorando também.

Toda a história do Egípto e dos povos mais a sul, se desenrolou, durante milénios, ao longo do seu rio, onde os seus meninos, nascem, brincam e morrem.

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Caminhadas do Ventor, por Trilhos de Sonhos e de Ralidades, cujas histórias contou ao Quico e o Quico contou-as, para vós, brincando. Foi sob o Tecto do seu amigo Apolo que aprendeu a conhecer os seus amigos, ... como o deus nórdico Freyr e o seu javali Gullinbursti, entre outos

O Ventor e os Leões

Mais um sonho, claro!

Nem imaginam como seria se fosse realidade!

Talvez seja fruto de tanto ouvir falar, na "miséria" que nos aguarda, num futuro próximo. Será? E também das leituras dos meus grandes amigos que fazem parte das divindades das nossas gentes de há milénios e fazem parte, também, das caminhadas do Ventor.

Começa tudo muito simples.

Fui ao Jardim Zoológico de Lisboa, a sonhar claro! Há dois três anos que ando para fazer isso e, como não tiro algum tempo para cumprir esse meu querer porque, o jardim Zoológico não tem lobos, ou não tinha, vou adiando...  Ah! Mas tem leões!

Pois é. Entrei no Jardim Zoológico e estava tudo assustado! Pessoas escondidas, leões enfurecidos, ... mas eram só três. Entrei no grande espaço e deparei com aqueles três maganos de olhar fixo em mim, assim, tipo prontos para caçar. Perguntei a um indivíduo o que se passava e ele acenou-me para fugir dali que os leões estavam esfomeados e matar-me-iam se me apanhassem.

«Então não dão de comer aos leões»?

"Não temos comer para lhes dar. Não há nada para eles! Não temos carne para a gente, quanto mais para os leões"!

«Então que pensam fazer»?

"Temos aí uma camioneta fechada para os levar caçar à serra de Sintra, mas toda a gente tem medo"!

«Então se faziam isso porque não continuam»?

"Quem os levava era eu, mas eles ameaçaram comer-me, porque já está a faltar a caça e eu tive de fugir para aqui".

«Qual é a camioneta? ...  Dê-me as chave»!

Peguei na chave, abri a camioneta e ordenei aos leões que entrassem. Eles entraram os três, todos contentes para a camioneta que tinha uma janela para a cabine por onde falavam comigo e até me lambiam as orelhas.

Informei-os que, chegando à serra de Sintra, só podiam matar a caça brava das savanas. Não podiam matar o gado doméstico, senão, tínhamos o caldo entornado e não haveria caldo para ninguém nem carne para eles.

Na serra de Sintra, não havia caça. Mas haviam grandes savanas, rumo a oeste, na zona onde fica o mar. Como não encontraram nada, aproximaram-se de mim e, ... "e agora Ventor"?

«Agora, vamos procurar a outro lado»!

Entramos na camioneta e fomos para as minhas Montanhas Lindas. Rumamos à serra de Soajo, onde haveria caça. Um dos meus amigos de outros tempos (olá, ti Joaquim!), disse-me que, nos nossos montes, não haveria nada para os leões, a não ser, no Curvação, onde, de vez em quando, aparecia caça grossa. Levei os leões para lá. Fiquei a apreciar a paisagem (a minha Assureira, a serra Amarela...) e eles foram à procura de caça. Numa determinada altura, vi-os a brincarem com um bezerrinho que teria meia dúzia de dias e ouvi um dos leões dizer para os outros dois: "porque prometemos ao Ventor não apanhar animais domésticos? Nós fomos uns estúpidos e agora nunca mais comemos"!

«Deixem o bezerro e vamos para a camioneta».

Lá fomos rumo a Lisboa já desesperados - os leões com a fome e eu por não ter nada para lhes dar. Disse-lhes que voltávamos ao Jardim Zoológico iriam lá ficar e eu iria encontrar carne para eles, fosse onde fosse.

Quando voltamos ao jardim, os leões saltaram da camioneta e toda a gente começou a fugir! "Ventor, os leões comeram"? Perguntou o seu tratador. «Não. Nada»! As pessoas fugiam e eu ouvi um dos leões dizer: "que grandes estúpidos. Ainda não perceberam que a carne deles nem para nós presta, mesmo esfomeados! Se o Ventor não nos ajudar, estamos tramados"!

O pior veio a seguir!

Artemisa ou Diana, se preferirem, foi companheira do Ventor, nos velhos tempos de gerações passadas. Talvez, pelos vários estudos que fiz sobre ela, e, globalmente, sobre essas "sociedades" de deuses da antiguidade, como os deuses do Olimpo e do Vallala, por exemplo, me acompanha em vários sonhos, que vou interpretando à minha maneira. Tal como o Antar (para mim um fenómeno), ela participa em vários sonhos, por vezes em acções tão simples, como a desenrolada neste, em que até os leões são simpáticos e amigos do Ventor

Já estão fartos de me ouvir falar da minha amiga Diana, mas desta vez, quem apareceu no Jardim Zoológico, em correria, foi Artemisa - a linda deusa da caça! Eu vi uma mulher a correr, com um arco na mão e uma flecha na outra e mais flechas às costas.

Ouvi: «tenho de ajudar esta gente, antes que os leões comecem a matar»!

Aquela voz era-me familiar! Dei um grito: «Artemisa, não»!

Ela disparou uma flecha e, logo à minha esquerda, um pouco atrás, Apolo lançou outra que foi partir a flecha de Artemisa antes de chegar a um dos leões. Artemisa ficou estupefacta! Voltou-se, fixou os olhos em nós e começou uma grande gargalhada ...

«Olha o Ventor! Agora és tratador de leões»??? ....

«Chamaste-me Artemisa com um som medonho. Porquê? Estavas mesmo zangado»!!!

O sonho terminou com Artemisa a agradecer a Apolo por ter destruído a flecha dela e com os leões de olhar fixo em nós ... sem carne e com toda a gente calma, tal como eu estava, já sem euforias, deitado na minha cama.

Agora, vejam só!

A Gisela disse-me que era pena os leões não terem comido.

E eu, que posso dizer? Que os leões não comeram porque o sonho acabou!

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Caminhadas do Ventor, por Trilhos de Sonhos e de Ralidades, cujas histórias contou ao Quico e o Quico contou-as, para vós, brincando. Foi sob o Tecto do seu amigo Apolo que aprendeu a conhecer os seus amigos, ... como o deus nórdico Freyr e o seu javali Gullinbursti, entre outos

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