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Observando o Passado

Observando o Passado

Observando o Passado - as caminhadas do Ventor pelos trilhos dos milénios


No cabeçalho, o Taj Mahal, Amor de Pedra Feito, observado do rio Iamuna, o segundo rio sagrado dos indianos, considerado, desde 2018, um rio sem oxigénio, superpoluido.

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Nem o crack dos cavaleiros, na Síria, resiste à malvadez de animais que se dizem homens


Tudo começou aqui, em  Adrão, na serra de Soajo. No dia 06 de Janeio de 1946, dia de inverno, aquecido pelos raios do meu amigo Apolo, o mundo recebia de braços abertos a chegada dum puto que veio a fazer as suas caminhadas pelos trilhos que o Senhor da Esfera lhe estendeu neste Planeta Azul

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O tecto da Gruta de Altamira, onde mãos de milénios nos deixaram em pinturas estas belas mensagens visuais.


O Ventor saiu das trevas ... para caminhar entre as estrelas.

Ele sonha, caminhando, que as estrelas continuam a  brilhar no céu, que o nosso amigo Apolo ainda nos dá luz e que o nosso mundo continua a ser belo e a fazer pinturas.

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Santiago de Compostela

O fim do caminho!

A História e a Lenda na miscelânea das minhas Caminhadas de Sonhos.

Já todos nós ouvimos falar nos Caminhos de Santiago. Já muitos de nós andamos por alguns dos caminhos que levam milhares de romeiros até Santiago de Compostela. De carro ou a pé, já muitos de nós circulamos por caminhos que, há mais de mil anos nos dizem ser os Caminhos de Santiago, um dos discípulos de Cristo que segundo a lenda, caminhando nos seus próprios caminhos, chegou até à Galiza. 

 O túmulo de Santiago, na sua Catedral, em Santiago de Compostela - foto wiki

Santiago é o Santo de Grandes Batalhas!

Através da História e, já por séculos, nas grandes batalhas deste nosso mundo, se tem gritado por Santiago.

Por Santiago, em Portugal e na Espanha;

By S. James, no mundo dos ingleses;

Pour S. Jacques, em França e, assim por diante noutras nações.

 

A primitiva Planta da Catedral de Santiago de Compostela, no séc. XII - foto wiki

Conta a História ou a Lenda, ou as duas que, uma vez, quando o exército cristão estava prestes a ser absorvido pelo grande número dos sarracenos, nos tempos da libertação da Península Ibérica, Santiago, saído do Céu, montado no seu cavalo branco, começou a matar mouros. Por isso, passaram a chamar-lhe, também, Santiago Mata-Mouros. Matasse mouros ou não, a verdade é que ele é o patrono de muitos combatentes, quer no seu universo colectivo, quer no seu universo individual. E a lenda reza assim:

 - em 844 D.C., deu-se a batalha de Clavijo, em La Rioja que, segundo reza a lenda, Ramiro I das Astúrias, havia resolvido não pagar tributo aos emires árabes, especialmente, o tributo das 100 donzelas. Naquela discussão de "pagas", do lado dos árabes e de "não pagamos", do lado dos cristãos, Ramiro I preparou um exército e marchou contra o, então, "emir cordobés", Abderramão II e, ao chegar junto das localidades de Albelda e Najera, viram-se cercados por um poderoso exército sarraceno e, Ramiro I, com o seu exército, tiveram de se refugiar no castelo de Clavijo. Ali, enquanto dormia, Ramiro I, teve um sonho e, nesse sonho, apareceu-lhe Santiago a incentivá-lo a ir a batalha que também estaria a seu lado. Perante isso, Ramiro I decidiu enfrentar os mouros. No dia seguinte, logo que começou a batalha, apareceu, vindo do Céu, montado no seu cavalo branco, de espada em riste, o Apóstolo Santiago e, a partir daí, ficou conhecido como Santiago Mata-Mouros. Venceram esta batalha e dizem as lendas que Santiago participou em várias batalhas na Reconquista Cristã da Península Ibérica.

Não é por acaso que, segundo dizem os especialistas, Santiago de Compostela é considerado o 3º maior Centro Católico da Cristandade, logo a seguir aos dois maiores - Jerusalém e Roma.

Não sei se é, nem sei se durante os meus tempos de soldado de Portugal, alguma vez me lembrei de Santiago. Se não me lembrei dele, peço-lhe desculpa, pois já lhe agradeci, frente à sua porta, em Compostela, o facto de me ter ajudado sem que eu lhe tenha pedido. Por isso, acredito que ele saiba velar por quem lhe quer bem!

Um dia, quase à hora do sol se pôr, estive frente a frente com Santiago. Ele dentro e eu fora da sua grande Catedral.

Já tenho pensado se o cavalo com que tanto tenho sonhado, o Antar, não será o cavalo de Santiago, emprestado nos momentos de meus sonhos de aflição.

O Romeiro e o Ventor 

O meu amigo romeiro, um dos peregrinos caminhantes pelos caminhos de Santiago, descansando num banco, frente à Catedral de Burgos. Ali, numa tarde de Julho de 2007,  conversamos sobre os vários trajectos utilizados. Este caminho de Santiago, recebe os franceses que entram pelo desfiladeiro de Roncesvales, vindos de vários pontos da Europa e da França e outros que vindos de outros pontos, como Itália, vêm pelo sul de França e passam por Toulouse, Oleron, Jaca e encontram-se com os que vêm de Roncesvales, entre Pamplona e Puente La Reina, seguindo juntos por Puente la Reina, Logroño, Burgos, Leão, Astorga, Ponferrada e Santiago - o fim do caminho

Quando passo pelos Caminhos de Santiago, aquele símbolo que nos aparece no cimo do marco, a tal concha que dizem ter a forma de uma vieira, a mim mais me parece serem os raios do meu amigo Apolo que, certamente, os peregrinos desejarão ter por companhia, pois acredito que, tal como eu, a companhia de Apolo é sempre desejável e poderemos aprender a aproveitar as frescas.

Mas os Caminhos de Santiago que serão, certamente, caminhos de gente de bem, também serão caminhos de gente do mal. Gente de todos os tipos.

Sabemos que, pelos caminhos da Rota da Prata  (era uma estrada romana que levava a prata do Norte de Espanha para o sul, e prolongava-se de Astorga a Cádiz), caminham de sul para norte, desde Sevilha e da região da Andaluzia muitos romeiros que são fiéis devotos de Santiago mas, sabemos também que, pelos mesmos caminhos, fizeram grandes caminhadas os mouros de Almansor e que, pelo caminho, só tinham por "devoção" levar a morte e a destruição, às terras cristãs da Península Ibérica. Assim, pelo caminho, foram pilhando, destruindo e matando localidades e gentes. Sobre o ódio de Almansor, foram destruídas muitas localidades como Coimbra, Salamanca, Astorga, Zamora, Lugo, Santiago de Compostela e outras, ... Em Santiago de Compostela, Almansor, em 997, destruiu a cidade e o Templo Romano que albergava o túmulo de Santiago e, embora respeitando o seu túmulo, obrigou os prisioneiros cristãos a transportar os sinos de Santiago pela mesma via da Rota da Prata, até Córdoba.

 

Aqui, um dos muitos marcos, pilares de orientação dos romeiros nas suas caminhadas pelos célebres caminhos de Santiago que se vêm por várias estradas de Espanha, Portugal, França ... Este, foi encontrado próximo de Astorga, quando, em 2007, caminhávamos de León para Astorga, vindos de outras "romarias" e, pelos mesmos ou outros caminhos de Santiago que, acredito, terá observado ao lado do Ventor, o que as mãos de Deus têm feito nessa outra Catedral a que chamamos Picos da Europa, onde muitos de nós caminhamos e observamos, extasiados, belezas infinitas, talhadas pela obra prodigiosa da parceria, entre Deus, o Homem e a Natureza  

Porém, neste mundo, cá se fazem, cá se pagam. Em 1236, 239 anos depois da destruição de Santiago de Compostela, nessa guerra de dá e leva chamada de Reconquista Cristã, o exército de Fernando II de Leão e Castela, avançou sobre Córdoba que conquistou e, de imediato, lembrou-se de obrigar os prisioneiros mouros a regressar, na mesma Rota da Prata, com os sinos que 239 anos antes tinham retirado do Templo Romano de Compostela.

Além desse romeiro de Burgos, conheço apenas um romeiro pedestre que tentou fazer uma caminhada num dos caminhos de Santiago. Ele e mais três companheiros dessa caminhada, saíram da Senhora da Peneda, a pé, rumo a Santiago de Compostela mas, por azar ou incúria, nunca lá chegaram de "pata no chão"! Ficaram a alguns quilómetros.

Eu nunca compraria uns ténis novos ou umas botas novas para iniciar tão grande caminhada. Recordar-me-ia logo das bolhas. Nunca como uns ténis ou botas habituados ao massacre ou, então, valeria mais usar o "par de botas" de outros caminhantes, batidos por trilhos bem mais duros que os dos Caminhos de Santiago.

Como não tenho as fotos que gostaria de apresentar aqui, porque não as encontro ou são slides, deixo-vos este vídeo do YouTube (enquanto eles deixarem) que mostra algumas das imagens dessa bela Catedral de Santiago de Compostela

Mas, também me apetece recordar um puto que esteve em Santiago de Compostela, quando da visita de Marcelo Caetano, em 1970 (?), creio. Juntamos-nos numa esplanada, na Costa da Caparica e, aí, nos falou da sua caminhada por Santiago de Compostela. Mas, quando nos falava dos discursos de Marcelo Caetano, então Primeiro Ministro português, e de outros, rematou: "eles falavam, mas eu só ouvia as pedras da Catedral. Nem imaginam como aquelas pedras falavam comigo"!

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Caminhadas do Ventor, por Trilhos de Sonhos e de Ralidades, cujas histórias contou ao Quico e o Quico contou-as, para vós, brincando. Foi sob o Tecto do seu amigo Apolo que aprendeu a conhecer os seus amigos, ... como o deus nórdico Freyr e o seu javali Gullinbursti, entre outos

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